quinta-feira, 20 de maio de 2010

MEMORIAL DESCRITIVO DO DESFILE DE 2010

Enredo: Andrea Mazza Terra, Fabrício Ghomes e Francisco Vitória, sobre argumento de Barthira Franco

Sinopse: Fabrício Ghomes e Barthira Franco

Memorial descritivo

Sinopse

Tocado pela inspiração

Voei nas asas da imaginação...

Sob a luz desse palco

Eu vou representar

Bravo! A festa vai rolar

Com o calor do teu aplauso sou mais feliz

Encena, Telles, que teu povo pede bis!

A Escola de Samba General Telles pede passagem ao público para apresentar seu espetáculo: uma viagem mágica e emocionante ao mundo maravilhoso do teatro. Com o enredo “Em festa de bamba o teatro vira samba”, a entidade traz para a avenida personagens e personalidades que marcaram sua importância na arte da representação, começando nas festas dionisíacas – ou festa da vindima, celebração que deu origem tanto ao teatro quanto ao carnaval - e terminando num grande ato no palco do Theatro Sete de Abril.

Justificativa

A escolha do tema teatro se deu pelo fato de tratar-se de um assunto universal. Acredita-e que a origem do teatro se deu na Grécia antiga, porém, sabe-se que esse remonta das primeiras sociedades primitivas, sob forma ritualística, e a primeira peça que se tem notícias atribui-se aos egípcios por volta de 3200 a.C.

O teatro atravessou os séculos, transformando-se numa expressão artística de suma importância dentro da sociedade. O século XXI apresenta-se como o período da informação rápida, quase descartável, onde a antiga técnica vem perdendo espaço para outras como a televisão, a internet e o cinema. Por isso, preservar a história é um ato de bravura e de excelência intelectual, mostrar ao grande público a importância cultural da arte teatral é de suma relevância, pois com isso, estaremos contando a história da evolução dessa arte juntamente com a própria evolução do homem.

A cidade de Pelotas tem pontos que justificam o enredo, como o Theatro Sete de Abril, a casa de espetáculos mais antiga do país em funcionamento. Fundado em 1831, foi a primeira casa de espetáculos a abrir suas portas às artes cênicas na província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Tombado pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1972, passou ao Município em 1978.

O município conta com vários grupos de teatro que necessitam de uma de uma lei municipal de incentivo à cultura, que lhes ajude a produzir montagens de espetáculos e assim, promoverem o fazer teatral na região. Destaca-se dentro desses grupos o Teatro Escola de Pelotas, que em 20 de junho de 2009 completou 95 anos, e se consolida como o grupo mais antigo do país em atividade, tendo iniciado sua trajetória em 1914 com a comédia em 1 ato “Por um triz” e desde então o grupo vem se renovando e reinventando, sempre com a preocupação de levar espetáculos de qualidade ao publico pelotense. Outro grupo de relevância é o grupo Tholl, antigo OPTC, Oficina permanente de Técnicas Circenses, que teve inicio em 1996, e que em 2000 tornou-se um grupo de circo independente que se utiliza de linguagem teatral para compor seus espetáculos, e hoje é conhecido nacionalmente.

Resumo

O Enredo “Em festa de Bamba o Teatro Vira Samba” é dividido em 5 partes:

A primeira parte mostra as festas dionisíacas de onde se originaram o teatro e o carnaval, os bacanais, e o surgimento do primeiro ator.

A segunda parte fala da universalização do teatro e das obras de Shakespeare, mais famoso dramaturgo de todos os tempos.

A terceira parte traz o teatro de bonecos e o teatro infantil, que tanto encantam as crianças, futuros espectadores críticos e com consciência estética.

Na quarta parte será mostrado o teatro no Brasil, desde a catequização até o teatro de revista, a sátira e a crítica à sociedade, o teatro engajado e a repressão.

A quinta parte fala do teatro em pelotas, nossos artistas e nosso patrimônio, que deve ser preservado para que os artistas continuem sua trajetória de sucesso, e Pelotas permaneça consagrada como Capital Cultural do Rio Grande do Sul.

Desenvolvimento do desfile

Primeira parte

Comissão de Frente: Saltimbancos-

A comissão de frente representa uma companhia de Saltimbancos, também chamados de atores Mambembes. O teatro mambembe é das tradições mais antigas do teatro. são seres que buscam a expansão da liberdade pelo caminho da criatividade Eram esses grupos que se locomoviam pelas estradas poeirentas da Idade Media, na China, na Europa, se apresentando em palcos, praças públicas, igrejas, salões... Perseguidos pela Igreja e tratados como fora-da-lei, os saltimbancos começaram a usar máscaras para não serem reconhecidos.

Porta Estandarte: Ditirambos-

A porta estandarte é uma alusão aos Ditirambos,comuns na origem do teatro, tratava-se de um canto coral de caráter apaixonado, ao mesmo tempo alegre e sombrio. Constituído de uma parte narrativa, recitada pelo cantor principal, e de outra propriamente coral, executada por personagens vestidos de faunos e sátiros, considerados companheiros do deus Dionísio, em honra do qual se prestava essa homenagem ritualística.

1º Carro: Dionisíacas, A Origem do Teatro.

O primeiro Carro é uma alegoria que representa a origem do teatro, traz um templo grego, já que a consolidação do teatro deu-se na Grecia Antiga, em função das manifestações em homenagem a Dionísio, deus do vinho.

O Carro traz uma representação de um templo grego, tomado por uma parreira onde esta estabelecida uma grande festa, fazendo alusão as Dionisícas, e ali vemos as personagens mais significativas do teatro grego, como o próprio Dionísio, para a composição do carro vemos as bacantes, mulheres que seguiam seus festivos, faunos e deusas, todos cantando, dançando e celebrando a festa do vinho, o teatro e o carnaval.

Destaques: Téspis: o primeiro ator grego.

A sedução do vinho: Representação da sedução do vinho, a bebida oferecida por Dionísio que leva os homens ao delírio, que atrai pelo paladar e olfato, provocando nos mortais um estado de felicidade e embriaguês.

Fauno ou Sátiro: Criaturas que possuíam um corpo meio humano, meio bode, e que seriam descendentes do rei Fauno. Eram semi deuses e, portanto, mortais. Alegres e festivos viviam nos bosques e vinhedos.

Bacantes

A inspiração solar: Dos grandes astros o sol destacava- se como um importante elemento de poderes sobrenaturais, responsável pela inspiração poética, profética e artistica. Portanto um simboblo do florescimente de toda uma cultura que até hoje segue como modelo para todo o mundo ocidental.

Hora: Deusa da Fertilidade e Frutificação

Dionísio

Segunda parte

Ala1: Os bufões:

Bufão ou bobo da corte era o personagem da Idade Média, que divertia o rei e os áulicos. Hoje, o humor e o riso do bufão tem tudo haver com a irreverência popular manifestada no carnaval, pois nesta época de felicidade o povo expõem ao ridiculo os defeitos das autoridades.

Composição: A commédia Dell´Arte (Destaques: Arlequim, Pierot e Colombina)

Primeiro Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira (Rainha Elizabeth e William Shakespeare):

O casal representa a soberana e seu súdito mais famoso, o dramaturgo William Shakespeare, que inpulsionado pelo patrocinio da “rainha virgem”, elevou a dramaturgia a um estatus de obra prima.

Destaques de chão: Comédias de Shakespeare: (Megera domada/ Noite de Reis/ As Alegres Comadres de Windsor)

2º Carro: O Delírio do Bardo

Este carro é uma alegoria em homenagem a genialidade do maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo: William Shakespeare.

Aqui estão sendo citadas as suas grandes obras: A frente do carro traz a magia de “Sonho de Uma Noite de Verão”, e podemos ver personagens como Oberon, Titânia, Pack, O Menino Azul, fadas, seres fantásticos, enfim um mundo onírico criado a partir das palavras do poeta.

Também são citadas suas grandes obras trágicas como Hamlet, Romeu e Julieta, Rei Lear e MacBeth, consideradas algumas das obras mais importantes na língua inglesa.

Destaques:

Seres Encantados

Oberon e Titânia:, Respectivamente rei e rainha do mundo das fadas, são os principais personagens de Sonho de uma Noite de Verão. Da disputa dos dois pela guarda do menino azul acaba por desenrolar toda a história da peça.

O menino Azul:Pajem de origem oriental, motivo da discórdia entre Oberon e Titânia.

Seres Alados

Fadas

Puck:Elfo, servo de Oberon, que faz mil e uma trapalhadas no decorrer da peça.

Lear, Otelo, Hamlet, Romeu e Julieta:Principais personagens das tragédias de Shakespeare.

Harpia: Representa as três feiticeiras da tragédia “MacBeth”, pairando como ave agourenta sobre as personagens.

Treda Noite: Representa toda a escuridão e o tormento a que são submetidas as personagens das grandes tragédias do Bardo.

Destaque de Chão: Rei Sol/ Luis XIV: Rei da França, o mais famoso dos Luises, era grande amante das artes. Na corte do Rei Sol a dança e o teatro floresceram.

Ala2: Moliere e a comédia francesa: Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière, foi um dramaturgo francês, além de ator e encenador, considerado um dos mestres da comédia satirica.

Ala3: Teatro indiano: Kathakali e a representação do Ramayana

Destaque alegoria: Príncipe Rama

Ala 4 : O cenário oriental: O teatro na China e Japão: A ala é uma estilização das indumentárias utilizadas nos mais importantes movimentos teatrais do oriente, são eles: teatro Noh, Kabuki e Ópera de Pequim.

Destaque de Chão: Ópera de Pequim

Terceira parte

Mestre Sala e Porta Bandeira Mirim: Clowns

O casal representa personagens que permeiam o universo infantil: Clowns, esses seres de um mundo lúdico, fantasioso, que com sua graça e ingenuidade, conquistam e encantam as crianças.

Ala5: Marionetes:

A ala faz alusão a uma antiga técnica de representação criada na idade média, que tinha como publico algo as crianças. Pois em geral são bonecos manuseados por mão de adultos que contam histórias engraçadas

Ala6: Fantoches:

A ala é uma homenagem a mais importante dramaturga infantil brasileira: Maria Clara Machado, que encantou gerações com suas peças. Entre elas estão representadas as mais famosas - Pluf, O fastasminha e A bruxinha que era boa.

Entreato:

Corte da Escola: Teatro Burlesco

Harmonia

Rainha da Bateria: A inspiração

Musa da Bateria: A musa inspiradora

Princesa da bateria: O talento

Bateria: As asas da imaginação

Ala7: Ala show: A magia do teatro

Ala 8: Ala das passistas: Astros e estrelas

Quarta parte

Segunda porta estandarte: Em cena a terra Brasilis: Alusão à chegada do teatro em terras brasileiras

Composição: Teatro de catequização: Destaques: Deus/Diabo/Índios/Catequizador Encenação de atores representando a forma com que a igreja católica se utilizava do teatro pra catequizar os nativos brasileiros

Destaques de Chão: Xica da Silva e Pagens: O destaque representa a personagem histórica Xica da Silva, primeira manifestação de teatro carnavalizado

Ala9: Cortejo de Xica da Silva

Ala10: Vedetes

Destaques de chão: Estrelas do Teatro de Revista. Passistas representando as grandes danças encenadas no teatro de revista

3º Carro

Teatro no Brasil – A revista e o teatro engajado

O carro é uma grande homenagem ao teatro brasileiro, começando pelo teatro de revista, que pulsa em vermelho e branco, enriquecido pelos dourados e plumas, recheado por belas mulheres que fazem alusão as grandes vedetes e as representações que utilizavam pra entreter e encantar as plateias ao mesmo tempo que faziam crítica social. Mesmo por traz de todo luxo e glamour o carro também carrega a homenagem as grandes atrizes brasileiras que dedicaram a vida ao fazer teatral, mesmo em tempos sombrios como o da ditadura militar, que vem representada no carro através de uma encenação de luta entre a repressão e o teatro combativo.

Destaques:

Vedetes:Seis mulheres representando a irreverência e a graça das coristas do teatro de revista.

Virgínia Lane - A paixão pela Revista e Mara Rúbia

Índias: Representam a satirização à descoberta do Brasil, tema recorrente no teatro de revista.

O Luxo do Teatro de Revista: Representa o glamour e o luxo, que eram características marcantes no teatro de revista.

Brilho e Majestade das Fantasias: O teatro de revista contava com um forte apelo visual, todas as atrizes que se apresentavam estavam sempre muito bem trajadas, com fantasias ricas e bem ornadas.

A Grande Estrela: Homenagem a todas as grandes atrizes brasileiras que tiveram a vida dedicada ao teatro, emocionando e divertindo platéias de diversas gerações

O teatro combativo: Atores pelotenses encenam a luta do teatro combativo contra a repressão militar da década de 60, onde através do Ato institucional AI-5, toda e qualquer manifestação artística estava sob o julgo da censura.

Colombina e Pierrot/ Arlequim: Personagens de um estilo teatral conhecido como Commedia dell’Arte. Representam aqui a vontade de um olhar poético e livre, são ícones do teatro universal que carregam consigo a força do fazer teatral, capaz de romper o tempo e qualquer outra adversidade.

Quinta parte

Ala11: Baianas: As luzes da Ribalta

Segundo Casal de Mestre Sala e Porta Bandeira: Apresentadores do Espetáculo: O casal representa os apresentadores do grande espetáculo final.

Ala12: O aplauso da platéia: A ala é composta pelos clubes sociais, que sempre foram grandes incentivadores da vida cultural da cidade de Pelotas. No principio de suas fundações produziam espetáculos teatrais para a arrecadação de fundos, destacando-se principalmente o Clube Diamantinos.

Ala13: A sociedade scênica: A ala faz alusão ao grupo de Teatro Sociedade Scênica, responsável pela fundação do Theatro Sete de Abril.

Destaque de Chão: A viúva Pitorra: Personagem título da peça teatral do importante dramaturgo pelotense João Simões Lopes Neto.

Velha Guarda

4º Carro : O Theatro Sete de Abril. Fundado em 1832, é a casa de espetáculos mais antiga em atividade no país, e é jóia preciosa da nossa cidade. Palco de inúmeros espetáculos, o prédio foi cenário de grandes acontecimentos culturais. Por ele passaram e continuarão passando atores, produtores, técnicos e personalidades que protagonizam a história do nosso teatro. O último carro da escola é uma justa homenagem a este templo da cultura pelotense, e às pessoas que fazem deste tablado, a sua vida.

Destaques: O Lustre do Theatro 7 de Abril: Completando a magia do teatro mais antigo do Brasil em atividade, o imponente lustre trazido da Europa, encanta a todos os espectadores com seus milhares de cristais que cintilam sob o teto do centenário prédio, mostrando-se como uma grande relíquia do nosso patrimônio cultural.

Tholl Imagem e Sonho: Personagens representando o espetáculo circense de Pelotas, de grande sucesso nacional, famoso por imprimir uma linguagem teatral ao circo.

Exotique: Personagens representando outro espetáculo do grupo Tholl.

Homenagem as Damas do Teatro Pelotense: Homenagem a todas as atrizes pelotenses que fizeram e fazem história no tablado do Theatro Sete de Abril.

A Rotina do Ator: Encenação onde um ator troca de figurino, mostrando como é o dia a dia desses operários do oficio teatral.

Camarotes: Funcionários do Theatro Sete de Abril e personalidades importantes para o fomento das artes cênicas da cidade

Teatro Escola de Pelotas – Tradição e Modernidade

Destaque de Chão: personagens de espetáculos do Teatro Escola de Pelotas

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